2014 é o ano que considero o meu décimo ano como profissional de tecnologia.
Abaixo vou contar um pouco da minha trajetória, e o que penso sobre o que passou e sobre o que vem pela frente.
Basicamente, o que vale deste post é que eu realmente gosto do que faço.
Sem essas de querer virar gerente, ou de dizer que cansei da vida de programar.
Sigo firme, cada dia mais entusiasmado com novas tecnologias, e com as coisas que faço.
Não tenho aquele sonho de vender côco na praia, morar em sítio, ou algo do gênero, pelo menos, não agora.

Early days

Saudade do meu Walkman

Saudade do meu Walkman

No final dos anos 90 e início dos 2000, meu maior contato com tecnologia era o meu Walkman.
Computador nessa época era apenas quando eu ia visitar meus primos mais afortunados.
Esperavamos ansiosos a tão aguardada 00:00 para poder entrar na Internet. A maior diversão era entrar em chats.
Aos poucos fui gostando da coisa, e ao mesmo tempo me frustrando, pois eu não tinha um computador em casa.
No ensino médio, um computador fez falta. Eu acabava sempre fazendo trabalhos com um colega, pois ele tinha internet em casa.
Após terminar o ensino médio, a pressão pra fazer vestibular pegou. Eu ainda não tinha ideia do que fazer, e não tinha grana para fazer alguma faculdade particular, e obviamente não passei na Federal.
Depois de alguns sub-empregos, um amigo de infância me fez a proposta indecente de trabalhar na empresa dele.
Lá eu receberia uma miséria em troca de conhecimento. Achei justo.
Este foi meu primeiro “emprego” oficial. A MR Informática, vendia e consertava computadores.
Em pouco tempo ali, aprendi muita coisa. Coisas que antes não faziam sentido algum na minha cabeça.
Hoje vejo que este meu primeiro emprego me deu uma base muito sólida, principalmente por me ensinar a correr atrás de aprender as coisas sozinho.
Em 1 ano, eu já dominava tudo que a loja precisava. Montava, desmontava, formatava, instalava Windows, configurava a rede, internet, etc.
Meu primeiro computador, montei com peças que estavam sobrando na loja. Um excelente K62-500.

Migrando para desenvolvimento de Software

Sim, esse de flanela sou eu no curso técnico, ao lado do meu amigo John, e logo atrás é o Felipe Moura

Sim, esse de flanela sou eu no curso técnico, ao lado do meu amigo John, e logo atrás é o Felipe Moura

Na época, uma crise assolava empresas que vendiam computadores usados, pois os computadores estavam cada vez mais baratos. Trabalhando nesta loja, comecei a me encantar por software, e aproveitando a crise, resolvi trilhar um caminho novo.
Por onde começar? Eu já tinha feito alguns cursos básicos de computação, muito focados em Hardware, e pouco em Software, então resolvi que iria fazer um curso técnico, pois lá eu aprenderia a fazer Software.
Eu fiz apenas 2 semestres deste curso, mas foi o que abriu a minha mente.
Tive excelentes professores, e principalmente uma professora, que dava uma cadeira de programação.
Ela era mais nova que eu, e eu achava isso muito legal!
Posso dizer que ali eu decidi ser um programador.
Valeu Ana Carolina Jaskulski!
Nesta mesma época, comecei a trabalhar na FGV, aqui em Porto Alegre, fazendo de tudo um pouco, mas sempre focando em tecnologia.

Faculdade

Larguei o curso técnico, e decidi que eu devia fazer uma faculdade logo.
Em 2004 entrei na Faculdade de Tecnologia do Senac.
Muitos me perguntam, se é necessário ter faculdade para conseguir um emprego legal, e minha resposta é sempre “SIM”.
Claro, muita gente boa não fez faculdade, e nem vai fazer. Jobs largou a faculdade, etc.
Mas, a faculdade serve pra n coisas, e te ajuda a te tornar um profissional melhor, além de te dar uma base forte, e te instigar a correr atrás das coisas.
Muitas cadeiras depois, e depois de muito aprendizado, finalmente me formei em 2008.

Comunidades Open Source

Na faculdade eu aprendi a trabalhar com várias linguagens, mas o que importa mesmo, é que aprendi a programar.
Nesta época eu conheci a filosofia open source, e isso mudou minha vida.
Entrar neste mundo, e entende-lo, me fez crescer muito como profissional, e até mesmo como pessoa.
Somente aqueles que entendem o que de fato é um software open-source, e o que ele proporciona para uma comunidade, um país, ou até mesmo o mundo, sabem do que eu estou falando.
Não sou extremista do sofware livre, mas acredito fielmente que todo software deveria ser open source, mas isto é discussão para outro post.
O que vale deixar registrado aqui é que o aprendizado adquirido em comunidades open source é algo que molda sua carreira.
Minhas primeiras linguagens foram PHP e JavaScript.
Por muito tempo convivi direto na comunidade PHP, e conheci muita gente boa, que hoje são grandes amigos.
Além de aprender muito sobre a linguagem, aprendi muito sobre Web, sobre arquitetura, e muitas outras coisas.
Impossível listar todos aqui, mas certamente Er Galvão, Elton Minetto, Ivo Nascimento, Augusto Pascutti, Guilherme Blanco, Anderson Casemiro, Alexandre Gaigalas foram grandes inspirações.
Eu, Jon Maddog e Felipe Moura em alguma edição do FISL

Eu, Jon Maddog e Felipe Moura em alguma edição do FISL

Eventos

Outra coisa que com 10 anos de estrada não me canso, são os eventos.
Não canso de palestrar, não canso de ver amigos palestrando, e não canso de ver desconhecidos palestrando.
E claro, não canso de trocar ideia com toda e qualquer pessoa em um evento, sendo essa a parte que acho a mais importante. Em 2013 perdi a conta de quantos eventos participei, e 2014 espero manter o mesmo ritmo, seja palestrando ou assistindo.
É algo muito rico, que somente quem participa sabe.
Normalmente não confio em profissionais que não participam de eventos. É um pouco preconceituoso da minha parte, mas minha experiência diz que um profissional bom está sempre participando de eventos. Mas obviamente existem exceções.
Além de participar, eu crio e organizo eventos, como voces bem devem saber (BrazilJS, RSJS, FrontInPoa…).
Pretendo continuar fazendo isso, que é uma coisa que além de me dar muito prazer, ajuda a comunidade a crescer.

Eu, Brendan Eich (criador do JavaScript) e Felipe Moura

Eu, Brendan Eich (criador do JavaScript) e Felipe Moura

O que faço no presente

Passei por várias empresas durante estes 10 anos, e hoje posso dizer que realmente estou onde gostaria de estar.
Trabalho no Terra, um dos maiores portais da América Latina, fazendo o que eu gosto, e trabalhando junto com pessoas que me agregam conhecimento diariamente.
Trabalhar na equipe de arquitetura de uma empresa como o Terra, me coloca em uma situação profissional muito gratificante. Tecnicamente, eu passo grande parte do tempo fazendo código JavaScript.
Crio API’s e bibliotecas que são utilizadas no portal.
Desenvolver código client-side é uma coisa que, quando bem feita, é relativamente complexa.
Criar um “sitezinho” usando Bootstrap, jQuery, etc, é muito fácil. Criar soluções front-end escaláveis, é algo muito diferente, que também fica para um próximo post.
Enfim, adoro o que eu faço, e continuarei fazendo até achar outra coisa que me dê tanto prazer quanto.

Futuro

Um livro? Voltar a dar aulas? Quem sabe.
Para o alto e avante!
Super HTML5

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