Imagem que remete ao equilíbrio

Em meio à pandemia do novo coronavírus se afloram todos os tipos de sentimentos nas pessoas.
Empresas também estão lidando com vírus de diferentes maneiras, algumas usando-o como catapulta para a marca, outras inflacionando preços e outras fazendo ações benéficas, importantes e positivamente impactantes para o bem da sociedade.
No caso de empresas que estão fazendo algum bem, se existe interesse por trás ou não, não importa muito (nesse momento). Afinal de contas, estamos lidando com a saúde da população, e se uma empresa pode fazer o bem e ter resultado com isso, que seja.
Aliás, esse deveria ser o mantra de todas as empresas, fazer o bem em primeiro lugar, foco no lucro e reconhecimento de marca deveria vir depois.
Ao mesmo tempo que muita empresa está fazendo o bem, também temos absurdos como a alta de preços e gente tentando tirar proveito acima de tudo com a pandemia.
Não indo muito longe, basta ver atitudes e ideias que beiram a vergonha alheia. Algumas coisas que não chegam a fazer mal, mas também não fazem bem algum.
Às vezes é melhor não fazer nada. Ou foque em fazer algo de verdade, que ajude uma pessoa que seja, ou fique na sua.

Não podemos usar o nosso governo atual de modelo para nada, mas pelo que vi, a parte da saúde está se saindo muito bem. Informando, criando protocolos sérios, etc.
Em países onde as coisas parecem funcionar melhor, seja o estado como o capitalismo, nota-se uma maturidade em situações assim.
Nova Zelândia por exemplo, colocando 12 bilhões de dólares para enfrentar o vírus e reforçar a econômia.
Fora todos programas sociais que funcionam de verdade.
Na Espanha o governo anunciou um pacote de 200 bilhões de euros para a crise.
Na Nova Zelândia, quem possui subsídio do governo (bolsa família) vai receber mais durante este período. Remédios com custo menor, etc. É o governo fazendo o que tem que ser feito.
Nos EUA já existe uma proposta de envio de $1.000 para cada cidadão americano.

O que eu penso e argumento é que não dá pra cair na ilusão do liberalismo. Não tem como dar certo.
Enquanto for cada um por si, lucro acima de tudo e políticas sociais não forem levadas a sério, não tem como o livre mercado funcionar.
É clichê, mas o melhor dos mundos é o equilíbrio entre tudo que existe de bom em todos os sistemas (políticos, econômicos, filosóficos), incluindo capitalismo, socialismo, comunismo e seja lá mais o que for.

Sobre livre mercado e socialismo, deixo aqui duas frases do excelente livro Factfulness: Ten Reasons We’re Wrong About The World - And Why Things Are Better Than You Think que nos fazem refletir bastante (ao menos me fez refletir):

A idéia simples e bonita do livre mercado pode levar à idéia simplista de que todos os problemas têm uma causa única - interferência do governo - à qual devemos sempre nos opor; e que a solução para todos os problemas é liberar forças do mercado reduzindo impostos e removendo regulamentações, as quais devemos sempre apoiar - Hans Rosling, Ola Rosling e Anna Rosling Rönnlund

Pare para refletir. Será que essa é a melhor solução mesmo?
Pense em quantos casos de abuso de poder no mercado influenciaram em toda a sociedade.
Pense em quantos casos a interferência do governo beneficiou a sua vida de uma maneira ou de outra.
É um exercício mesmo, seja adepto ou não ao livre mercado, pense a respeito, pois de fato existem benefícios, mas com certeza não é a solução perfeita.

Alternativamente, a idéia simples e bonita de igualdade pode levar à idéia simplista de que todos os problemas são causados pela desigualdade, à qual devemos sempre nos opor; e que a solução para todos os problemas é a redistribuição de recursos, que devemos sempre apoiar
- Hans Rosling, Ola Rosling e Anna Rosling Rönnlund

Realmente. Por mais que eu simpatize muito mais com regimes que possuem como base a igualdade, não podemos achar que essa é a solução mágica de todos os problemas na sociedade.