Eu nasci e cresci em Porto Alegre.
Estudei, me formei, trabalhei, empreendi e me diverti (ainda me divirto) nessa cidade ao longo dos meus 33 anos de vida.
Nos dias de hoje a realidade é um pouco diferente, mas eu cresci amando Porto Alegre. Todos amavam. Todos se orgulhavam da cidade.
De fato, acho que existe algo diferente em Porto Alegre.
Não temos belas praias, grandes monumentos, grandes pontos turísticos que sejam referência.
A combinação das pequenas coisas é que deve fazer com que Porto Alegre seja uma cidade legal.
Particularmente, adoro os bares da Cidade Baixa.
Tem a Redenção, o Parcão, o Marinha.
E claro, a Usina do Gasômetro, que inclusive está em fase de revitalização.

“Estamos na área” desde o século XVIII e atualmente já somos mais de 1,4 milhão de pessoas, sem contar a região metropolitana.

Nos últimos anos a cidade vem sofrendo. São inúmeros fatores que influenciam no cenário atual, fatores esses que nem tenho embasamento suficiente para escrever aqui.
O que sei é o óbvio. O sistema está quebrado, e claro, isso não é um problema exclusivo nosso.
A política vai de mal a pior, a criminalidade aumentou, o trânsito piorou, o custo de vida cresceu e aquele amor se desgastou 💔
No meu ponto de vista, Porto Alegre parou nos anos 80.

Porto Alegre nos anos 80

Porto Alegre nos anos 80

São inúmeros problemas em diversas áreas, e cada indivíduo possui uma percepção própria da realidade.
O inegável é que os problemas de fato existem e atrapalham cada vez mais de uma maneira ou de outra nossas vidas.
Entretanto, o que também é inegável é que existem movimentos, empresas, pessoas, grupos e comunidades que estão fazendo a diferença e criando soluções criativas, seja por necessidade ou por pura inquietude.

Porto Alegre e a economia criativa

Até bater um papo com o Cesar Paz, eu nem tinha a real noção de que as ações da minha empresa (Nasc/BrazilJS) faziam parte da economia criativa da cidade.

Sobre economia criativa:

São atividades nas quais a criatividade e o capital intelectual são a matéria-prima para a criação, produção e distribuição de bens e serviços.
- John Howkins


O que move a Economia Criativa é a criatividade e a inovação como matéria-prima, portanto, o processo de criação é tão importante quanto o produto final, ou seja, uma cadeia produtiva baseada no conhecimento e capaz de produzir riqueza, gerar empregos e distribuir renda.
- Andrea Matarazzo

Pesquisas apontam que a economia criativa gera em torno de 3% do PIB do país (informação de 2017), já o setor de eventos representa 5% (informação de 2015).

Dentre as maiores expressões desta economia se encaixam os eventos.
Só a BrazilJS Conf, evento que realizamos há 8 anos aqui na cidade, movimenta um número enorme de pessoas. Já são mais de 10.000 participantes somando todas as edições.
Em 2018 esperamos 2.000 pessoas por dia.

Todo ano novos desafios surgem e todo ano driblamos seja qual for o problema para fazer acontecer o evento que atualmente é um dos principais eventos de tecnologia do país.
O nosso evento específico atua em um nicho dentro da tecnologia, porém, não somos os únicos.
Existem inúmeros outros eventos, meetups, festivais, encontros, festas, feiras, shows, etc, que de alguma maneira se enquadram e contribuem ativamente para a economia e desenvolvimento da cidade.

Surge um manifesto

Você acredita em Porto Alegre?
Você acredita na força da economia criativa?

Então, você é um inquieto.
Muitos inquietos formam um coletivo poderoso.
A inquietude coletiva nos projeta para atmosferas inovadoras que têm o poder de transformar pessoas, negócios, cidades…
Porto Alegre é plena de expressões e manifestações da economia criativa produzidas por inquietos silenciosos e abnegados. Provavelmente como eu, como você, como nós.

Os eventos, independente do tamanho, são as maiores manifestações dessa economia criativa e estão distribuídos pela cidade e pelo calendário anual de Porto Alegre de forma muito pouco articulada.
E se… essa energia da inquietude da nossa cidade fosse canalizada num grande evento como expressão máxima e visão coletiva da economia criativa local. Não como um outro evento, mas como a representação maior de uma capacidade de articulação ímpar daquilo que já existente no contexto de Porto Alegre.

Acreditamos que 2020 pode ser histórico, um ano em que um ano ocuparemos a cidade numa gigantesca expressão da economia criativa.
Faremos isso de forma coletiva, inclusiva, inquieta e apaixonada.
Queremos, dessa forma, transformar, influenciar, provocar a reflexão e, por fim, colocar Porto Alegre no mapa mundial da economia criativa.

Mas o que é isso?

Porto Alegre Inquieta é, em um primeiro momento, um movimento de união em busca de um bem comum.
Um movimento que busca transformar a cidade por meio de soluções criativas.
O primeiro passo já foi dado: A conexão entre as pessoas que fazem acontecer, independente dos problemas da cidade.
Desta conexão iniciaram-se debates importantes, se criou um manifesto e uma marca.
O que vem por aí? Muita coisa legal!
Estamos mirando em 2020, mas a Porto Alegre começa a ficar mais inquieta a partir de agora.

Compartilharei por aqui ao longo dos meses informações sobre ações planejadas e executadas, então fiquem ligados.